quarta-feira, 4 de abril de 2012

Grêmio 1x0 Ipatinga - Fonte Globoesporte.com

A célebre frase "o camisa 10 no Grêmio é o 5" é usada para definir o clube gaúcho como um time em que, por tradição, a força se sobrepõe à técnica. Na noite desta quarta, a máxima também caiu como uma luva para simbolizar a magra vitória do time de Luxemburgo sobre o Ipatinga, pela abertura da segunda fase da Copa do Brasil. Afinal, o 1 a 0 foi todo construído por volantes, em gol iniciado dos pés de Fernando e finalizado na canhota de Léo Gago, em belo chute de longa distância, no Ipatingão.

O placar favorável aos gaúchos, no entanto, não evitou o jogo da volta, a ser disputado no próximo dia 11, no estádio Olímpico, em Porto Alegre. O Grêmio joga por qualquer empate, já o Ipatinga precisa devolver o 1 a 0 para levar aos pênaltis - ou de um triunfo por dois gols de diferença para ganhar a vaga nos 90 minutos.



O próximo confronto será no dia 11 de abril, no Olímpico. Pelos estaduais, no entanto, já há compromissos neste fim de semana. O Ipatinga enfrenta o Formiga, no sábado, às 16h, no Ipatingão, pelo Módulo II (a segunda divisão do campeonato mineiro). O Grêmio recebe o Caxias, pela última rodada da Taça Farroupilha, o segundo turno do Gauchão. Já classificado, luta pela melhor campanha para obter vantagem de jogar em casa todas as partidas do mata-mata.



Luxa surpreende com 3-5-2

Tanto mistério de Vanderlei Luxemburgo na escalação se justificou minutos antes de a bola rolar. Afinal, a mudança foi total. Não só de peças, mas de esquema. Deixou de lado o tradicional 4-4-2 e resolveu testar um inédito 3-5-2. De acordo com Luxa, era uma forma de proteger a zaga e evitar os erros cometidos na derrota para o Pelotas, no domingo.
- Ficamos muito desfalcados, o Werley vem para jogar, mas não está 100%. Vamos proteger mais. Não é o que eu gosto de fazer. Mas Copa do Brasil não permite erros. Vou jogar de acordo com as circunstâncias - defendeu-se.
Já o treinador do Ipatinga, Ney da Matta, parecia mais leve, com menos pressão e se preocupou somente em cumprimentar o seu mentor na entrada no gramado do Ipatingão. Ney passou por estágio com Luxemburgo em 2004 e, logo depois, treinando o Valério, venceu o Cruzeiro do agora técnico gremista por 1 a 0

- É uma satisfação rever o Luxemburgo. É o momento nosso, vai dar tudo certo - apostou.
Em campo, a cautela de Luxemburgo se mostrou acertada na primeira metade de jogo. O Ipatinga sequer chegou perto da meta de Victor, apenas conseguiu reclamar um pênalti. Aos sete minutos, a bola foi ao braço de Gabriel, mas o árbitro Diego Pombo Lopez nada marcou. No entanto, o cobertor ficou curto, e o ataque, com poucas peças, se viu ilhado. O meio-campo tricolor era composto apenas por volantes. Não por acaso, partiu de dois deles, Fernando e Léo Gago, as principais finalizações no primeiro tempo, aos 18 e aos 32 minutos, respectivamente, em duas assistências do sempre participativo Facundo Bertoglio.

Moreno se lesiona, e Ipatinga melhora

Aos 26 minutos, no entanto, Marcelo Moreno sentiu dores na parte posterior da coxa direita. Deitou no campo e pediu a entrada da maca. Incrédulo, Luxemburgo via mais um desfalque se somar aos já lesionados Mário Fernandes, Kleber, Gilberto Silva e Marco Antonio no departamento médico. André Lima entrou no lugar do boliviano, mas não conseguiu manter o ritmo de briga intensa contra os gigantescos zagueiros rivais.

O Ipatinga ganhou corpo a partir dos 30 minutos. Passou a reter mais a posse de bola e começou a preocupar Victor. Aos 39 minutos, o ápice da blitz mineira. Léo Gago errou feio na saída de bola, e o esperto Jonatas Obina aproveitou para invadir a área e testar o goleiro tricolor. Victor, no entanto, ratificou a boa fase, salvou o Grêmio e garantiu o 0 a 0 para o intervalo.
- Estamos perdendo muito a segunda bola, tem que ter atenção - reclamou Julio Cesar, o ala mais acionado e participativo do novo esquema de Luxemburgo.

Pacote misterioso interrompe a partida

Na volta do intervalo, o Grêmio parecia dar mostrar de que as orientações de Luxemburgo no vestiário fizeram efeito. Aos oito minutos, Bertoglio emendou um rebote na entrada da área, e Bruno fez grande defesa. No entanto, foi apenas um momento de lucidez. O Ipatinga passou a dominar as ações em campo. Se faltavam ao mineiros chances claras, sobravam posse de bola e jogadas agudas.

Aos 10 minutos, um lance curioso tolhiu o marasmo no Ipatingão. Um objeto embrulhado num pacote foi jogado na direção da grande área do Grêmio, próximo a Victor. O árbitro interrompeu a partida e ninguém se atreveu a tocar no misterioso material. Depois de alguns minutos, um dos policiais tomou coragem e retirou o objeto do campo, sem revelar o seu conteúdo.

Sem meias, volantes decidem


Partida reiniciada, e os velhos dilemas. O Ipatinga com mais iniciativa pouco criava contra um Grêmio fechado e igualmente nada inspirado. Aos 20, Luxemburgo sacou Bertoglio e colocou Leandro, na tentativa de reavivar o time. Mal sabia o técnico que a solução já estava em campo.

Fernando e Léo Gago já haviam tentando alguns arremates e, aos 28 minutos do segundo tempo, se uniram para fazer o gol da vitória tricolor. Do círculo central, Fernando lançou, e viu Léo Gago aninhar a bola no pé esquerdo e soltar um chute forte, no canto de Bruno: 1 a 0.

Aos 43 e aos 47, um meia de origem, Marquinhos, que entrou no lugar de André Lima, recebeu duas bolas livre na grande área e perdeu as chances de eliminar o jogo da volta, fazendo o 2 a 0. Considerando a tônica da partida, natural. Afinal, em um time cheio de volantes, com jogadas de volantes, só poderia dar gol de volante. Com sabor de golaço de um camisa 10.

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