terça-feira, 25 de setembro de 2012

Eleições - Koff, Bellini e Odone vão ao 2° Turno.

O associado definirá quem será o primeiro presidente da "era Arena". Fábio Koff (candidato da Chapa 1), Homero Bellini (Chapa 3) e Paulo Odone (Chapa 4) ultrapassaram a cláusula de barreira, de 20%, e disputarão a preferência dos 40 mil torcedores aptos a escolher o mandatário que comandará o Grêmio no biênio 2013-2014. O segundo turno, ou decisão "no pátio", como também é chamado, ocorrerá no dia 20 de outubro. Além do voto presencial, os sócios poderão escolher o seu candidato por correspondência.


Dos 314 votos, Paulo Odone amealhou 151 votos. Depois, veio Fábio Koff, com 93. Uma surpresa até para o grupo do ex-presidente, que esperava ficar entre 70 e 80 votos. Homero Bellini somou 67. Eldir Antonini, que não passou ao segundo turno, ficou com dois votos - um foi nulo. Ao término da votação, foi tocado o hino do clube e os candidatos se abraçaram.
odone koff antonini homero bellini eleição presidente grêmio eleição (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)Antonini, Bellini, Odone, Raul Régis e Koff acompanham a apuração dos votos (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)
Apesar do cumprimento cordial, a rivalidade não foi deixada de lado. Odone alfinetou Koff. O atual mandatário entende que o ex-presidente do Clube dos 13 precisa esperar o dia da eleição para saber quem comandará o Grêmio nas próximas temporadas. O preferido entre os conselheiros ainda prometeu manter o técnico Vanderlei Luxemburgo e disputar a Libertadores no primeiro ano da Arena:
- Eu acho que essa afirmação (que Koff vence na votação dos associados) antes de uma eleição é de muita arrogância. Isso já deu errado no passado. Não se ganha eleição antes de ela ocorrer. Temos que levar o debate ao associado para ele decidir. Nunca duvidamos dos números. Achávamos que ficaríamos entre os 150 votos. Fizemos 151. A chapa do Bellini passou. Estava dentro da minha previsão. Vamos à luta com o nosso torcedor. Queremos dar a continuidade do projeto, seguir com o Vanderlei e disputar a Libertadores na Arena.
Alvo de Odone, Koff evitou falar sobre os adversários. O histórico dirigente acredita que o time, pela boa campanha que realiza no Brasileirão (onde ocupa a terceira posição), disputará a Libertadores no ano que vem. E ele espera que o associado lembre de seu passado vitorioso no clube para elegê-lo para que possa alcançar o topo do continente novamente:
- A nossa expectativa (de votos) foi ultrapassada. Nosso objetivo é o tri da Libertadores, esse é o meu apelo. Posso fazer a diferença com meu passado de vitórias. Quero a mobilização do torcedor. Acho um pleito difícil, mas vou ao torcedor. Acho bom que o associado seja o juiz. Espero que o torcedor corresponda a minha expectativa e embale o sonho da terceira Libertadores.
Nome menos conhecido em meio aos históricos dirigentes, Bellini mantém a confiança. O conselheiro fez questão de vibrar com o número atingido no pleito. Para fazer a diferença "no pátio", ele entende que é o momento de uma modificação política, tanto em relação aos dirigentes quanto à filosofia:
- Ficamos dentro do que imaginávamos. Fizemos dois votos a menos do que a nossa programação. O número mostra a força do nosso movimento. Era só um movimento político contra dois grandes nomes da história do Grêmio apoiados por vários grupos. Estou muito satisfeito. É uma grande vitória. Mas foi só o primeiro passo para a vitória no dia 20 de outubro. Temos um projeto a ser apresentado. Para que o futebol seja bem sucedido, o clube todo precisa avançar. Durante este mês faremos chegar ao associado o nosso plano de gestão. Nós queremos apresentar um projeto efetivo.
Frio não assusta candidatos e conselheiros
A movimentação no pátio do Olímpico começou desde o final desta tarde. Os conselheiros e militantes não se importaram com o frio de 11° C em Porto Alegre para participar do pleito e realizar boca de urna.
fábio koff paulo odone homero bellini eldir antonini eleições grêmio presidente (Foto: Hector Werlang/Globoesporte.com)Conselheiros aguardam o momento de votar
(Foto: Hector Werlang/Globoesporte.com)
Mobilizados, os candidatos Fábio Koff, Eldir Antonini, Homero Bellini e Paulo Odone já se encontravam no estádio antes das 18h30m. Animados, conversavam com os conselheiros e buscavam garantir os últimos votos com os conselheiros indecisos.
A partir das 18h, as senhas para a votação começaram a ser distribuídas. Os conselheiros puderam pegar o seu número até as 20h. No total, 289 conselheiros titulares retiraram o seu número.

Finalizado o período para retirar as senhas, a comissão eleitoral fez o levantamento dos presentes e de quem faltou para repassar o voto aos suplentes. Foi preciso chamar via microfone 22 suplentes para 11 se apresentarem para substituir os ausentes. Dos 15  ex-presidentes, membros do Conselho Consultivo, apenas Rafael Bandeira dos Santos não esteve presente. Ao contrário do que ocorre com os conselheiros, nenhum suplente pôde votar em seu lugar.
Por volta das 21h, os conselheiros começaram a votar. Eles eram chamados de 10 em 10, pelos números das fichas. O presidente do Conselho Deliberativo, Raul Régis de Freitas Lima, pegou a ficha 1. O seu vice, Milton Camargo retirou a de número 2. Para atender conselheiros e controlar o andamento do pleito, eles foram os últimos a votar.
Raul Régis, antes de iniciar a eleição, reiterou que achava melhor que o nome do presidente para o biênio 2013-2014 fosse de consenso e reafirmou que não dispunha de tempo hábil para ser esse dirigente:
- Sempre achei que, pelo momento do clube, o melhor era termos candidato único. Preconizei tanto que virei eu. O presidente será do Grêmio e da Arena, ou seja, precisará de tempo, algo que não tenho.
Dourado abre voto a Koff e diz que não pisará na Arena
O ex-presidente Hélio Dourado abriu o voto para Fábio Koff. O histórico dirigente, responsável pela finalização do Estádio Olímpico, disse que é necessário o retorno do mandatário que levou o Grêmio aos dois títulos da Libertadores (83 e 95) e o Mundial (83) para recolocar o clube na trilha das vitórias:
- Eu sou Fábio Koff e acho que ele deve vencer. Ele é de uma época que existia diretoria. Não temos nenhum diretor no departamento de futebol. A redenção do Grêmio deve ser com Fábio Koff. Se ele não vencer, seja o que Deus quiser.
Com a emoção habitual, Dourado falou sobre a mudança do clube para a Arena. O ex-presidente disse que a modernização poderia ocorrer no Olímpico e, radical, afirmou que não se dirigirá à nova residência para torcer para o clube do coração:
- Não vou pisar na Arena.
Eleição presidência Grêmio (Foto: Hector Werlang / GLOBOESPORTE.COM)Imprensa não teve acesso ao Salão do Conselho até os conselheiros votarem (Foto: Hector Werlang / GLOBOESPORTE.COM)
Para dar mais agilidade ao pleito, ficou definido que apenas os votantes teriam acesso ao Salão do Conselho. Neste período, a imprensa ficou na escada do Portão 3 do Olímpico. Uma grade separava jornalistas e conselheiros ou candidatos durante as entrevistas. A situação inusitada gerou uma brincadeira do ex-presidente Duda Kroeff.
- Estou preso - disse, entre risos.
Assunto Ganso volta à tona
A partir das 21h, os veículos de comunicação que acompanhavam o pleito puderam ficar junto aos conselheiros na antessala. Enquanto aguardavam o seu momento de votar, os gremistas discutiam sobre os mais variados temas, não se restringindo às eleições. Alguns faziam cálculos para saber se sua chapa chegaria ao segundo turno. Outros discutiam sobre o jogo desta quarta-feira, às 22h (horário de Brasília), contra o Barcelona em Guayaquil pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana.
No entanto, um assunto, embora já definido, permeava as rodas dos tricolores: a tentativa de contratar Paulo Henrique Ganso. O armador, contratado pelo São Paulo junto ao Santos, dividiu opiniões entre os azuis. Alguns conselheiros aprovaram a investida no canhoto, outros acharam arriscado oferecer R$ 24 milhões pelo agora camisa 8 do Tricolor do Morumbi.
Agora, Odone, Koff e Bellini terão até o dia 20 de outubro para apresentarem aos sócios suas propostas. Neste dia, será definido o novo presidente tricolor, o primeiro da “era Arena”.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário